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China condena à morte cinco líderes de megaesquema de fraudes digitais na fronteira com Mianmar

  • Foto do escritor: Orlando Santos Cyber Security Brazil
    Orlando Santos Cyber Security Brazil
  • há 2 minutos
  • 2 min de leitura

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Um tribunal chinês condenou à morte cinco integrantes de um poderoso grupo criminoso de Mianmar responsável por operar complexos industriais dedicados a fraudes online em larga escala próximos à fronteira com a China. A decisão foi anunciada pelo Tribunal Intermediário Popular de Shenzhen, na província de Guangdong, e marca um dos episódios mais duros da ofensiva de Pequim contra o crime cibernético transfronteiriço.


Entre os condenados estão Bai Suocheng, líder do grupo e ex-chefe da Força de Guarda de Fronteira Kokang, uma milícia subordinada à junta militar de Mianmar, e seu filho, Bai Yingcang. Ambos comandavam operações de extorsão, fraudes digitais e exploração humana. Outros três cúmplices — Yang Liqiang, Hu Xiaojiang e Chen Guangyi — também receberam pena de morte. Mais cinco acusados foram sentenciados à prisão perpétua e outros nove a penas que variam entre três e 20 anos. Dois réus receberam sentenças de morte suspensas por dois anos, que podem ser executadas caso reincidam em crimes.


De acordo com a Xinhua, o grupo administrava 41 parques industriais usados para abrigar centros de fraudes, cassinos ilegais, redes de prostituição e esquemas de sequestro e extorsão. As operações resultaram em perdas superiores a 29 bilhões de yuans (cerca de US$ 4 bilhões) e na morte de pelo menos seis cidadãos chineses. As vítimas eram atraídas por falsas oportunidades de emprego e forçadas a participar de golpes virtuais conhecidos como “pig butchering” — método em que criminosos ganham a confiança de pessoas antes de aplicar grandes fraudes financeiras.


A condenação ocorre após uma grande ofensiva lançada pela China em 2023 contra redes de fraude digital que visavam cidadãos chineses. A operação transfronteiriça resultou em dezenas de milhares de prisões, incluindo líderes de famílias criminosas da região de Kokang. Em setembro, outros 11 membros da família Ming foram igualmente condenados à morte por manterem um império de fraudes online similar.


A região fronteiriça de Mianmar se tornou um epicentro global de golpes digitais, com redes criminosas operando sob a proteção de milícias locais e autoridades corruptas. Recentemente, o exército da junta militar afirmou ter destruído prédios dentro do notório complexo KK Park, na fronteira com a Tailândia — um dos maiores centros de exploração humana e ciberfraude do Sudeste Asiático. Mais de 1.600 pessoas foram detidas pelas autoridades tailandesas ao tentar fugir dessas zonas de crime.


A sentença reflete o endurecimento da política chinesa contra crimes cibernéticos transnacionais, especialmente os que envolvem o aliciamento de cidadãos chineses para esquemas de fraude digital conduzidos de territórios vizinhos.


Via - TR

 
 
 
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