TikTok será desativado nos EUA sem aprovação da China para venda, afirma Secretário de Comércio americano
- Orlando Santos Cyber Security Brazil
- 25 de jul.
- 2 min de leitura

Governo Trump estabelece prazo final em setembro e exige controle americano sobre o algoritmo da plataforma, em meio a uma disputa geopolítica sobre segurança de dados.
Nesta quinta-feira, o Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, declarou que o TikTok terá que encerrar suas operações no país caso a China não aprove um acordo para a venda do aplicativo de vídeos curtos. A plataforma, de propriedade da empresa chinesa ByteDance, é utilizada por cerca de 170 milhões de americanos e está no centro de uma disputa geopolítica sobre segurança de dados e controle tecnológico.
Em entrevista à CNBC, Lutnick foi enfático ao afirmar que os Estados Unidos devem ter o controle sobre o algoritmo que rege o funcionamento da rede social, um ponto considerado crucial para a segurança nacional americana. "A China pode ter uma pequena parte, ou a ByteDance, a atual proprietária, pode manter uma pequena parte. Mas, basicamente, os americanos terão o controle. Os americanos serão donos da tecnologia e os americanos controlarão o algoritmo", afirmou Lutnick.
Ele estabeleceu um ultimato claro: "Se esse acordo for aprovado pelos chineses, então ele acontecerá. Se não o aprovarem, o TikTok será desativado, e essas decisões estão chegando muito em breve." O TikTok não comentou imediatamente as declarações.
Esta nova escalada na pressão ocorre após o presidente Donald Trump ter estendido no mês passado, por mais 90 dias, o prazo para que a ByteDance venda os ativos americanos do TikTok. A nova data limite é 17 de setembro. A ação de Trump aconteceu apesar de uma lei de 2024 que estipulava a venda ou o encerramento das atividades até 19 de janeiro deste ano, caso não houvesse progresso significativo nas negociações.
Um acordo esteve em andamento no primeiro semestre, propondo a cisão das operações do TikTok nos EUA para uma nova empresa sediada no país, com propriedade e operação majoritariamente americanas. No entanto, as negociações estagnaram depois que o governo chinês indicou que não aprovaria a venda, uma reação que se seguiu ao anúncio de Trump de novas e acentuadas tarifas sobre produtos chineses.
Desde a aprovação da lei, Trump já concedeu três adiamentos para a aplicação da medida. Em um movimento paralelo, a Procuradora-Geral Pam Bondi enviou cartas, que se tornaram públicas este mês, para empresas como Apple e Google, que hospedam ou fornecem serviços para o aplicativo TikTok.
As cartas informavam que o Departamento de Justiça estava renunciando irrevogavelmente a quaisquer ações contra as empresas por potenciais violações da lei, citando a determinação de Trump de que um encerramento abrupto poderia interferir em sua supervisão da segurança nacional e das relações exteriores.
A questão, no entanto, não é um consenso em Washington. Alguns legisladores do Partido Democrata argumentam que Trump não possui autoridade legal para estender o prazo e sugerem que o acordo em consideração não atenderia aos requisitos legais estabelecidos pela legislação original.
Via - Reuters







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