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Mercado clandestino de reparos para chips de IA da Nvidia explode na China

  • Foto do escritor: Orlando Santos Cyber Security Brazil
    Orlando Santos Cyber Security Brazil
  • 25 de jul.
  • 3 min de leitura

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Um novo e lucrativo mercado está crescendo na China, operando nas sombras das sanções tecnológicas impostas pelos Estados Unidos: o reparo de chips de inteligência artificial avançados da Nvidia. Dezenas de empresas especializadas surgiram para atender a uma demanda crescente pelo conserto de processadores como o H100, cuja exportação para o país é proibida.


O fenômeno não apenas expõe a existência de uma robusta rede de contrabando, mas também destaca a dependência contínua da China pela tecnologia de ponta americana, desafiando os esforços de Washington para frear seu desenvolvimento tecnológico e militar.

Empresas no polo tecnológico de Shenzhen confirmam que estão consertando predominantemente unidades de processamento gráfico (GPUs) H100, além de modelos A100 e outros chips avançados que, de alguma forma, entraram no país.


O H100 foi banido para venda na China em setembro de 2022, antes mesmo de seu lançamento oficial, como parte de uma estratégia dos EUA para conter o avanço tecnológico chinês, especialmente em aplicações militares.


"Existe uma demanda de reparo realmente significativa", afirmou o coproprietário de uma empresa que trabalha com GPUs da Nvidia há 15 anos e iniciou os reparos em chips de IA no final de 2024. O negócio cresceu tanto que uma nova companhia foi criada apenas para lidar com esses pedidos, consertando atualmente até 500 chips de IA da Nvidia por mês. Suas instalações, divulgadas em redes sociais, incluem uma sala com capacidade para 256 servidores, usada para simular ambientes de data centers de clientes e validar os reparos.


O rápido crescimento desta indústria de reparos é uma forte evidência de que uma quantidade significativa de chips da Nvidia foi contrabandeada para a China. Documentos de licitações públicas já revelaram que o governo e as forças armadas chinesas adquiriram chips de IA banidos pela empresa americana. A preocupação com o contrabando em grande escala levou legisladores de ambos os partidos nos EUA a proporem leis que exigiriam o rastreamento dos chips para verificar sua localização após a venda, uma ideia que recebeu o apoio do governo do presidente Donald Trump esta semana.


Este mercado paralelo também evidencia que as GPUs avançadas da Nvidia continuam em alta demanda, apesar do lançamento de novos produtos, embora menos potentes, pela gigante chinesa Huawei. Embora a compra, venda e o reparo desses chips não sejam ilegais dentro da China, as fontes para esta matéria preferiram não se identificar para evitar o escrutínio das autoridades americanas e chinesas.


Oficialmente, a Nvidia não pode fornecer reparos ou peças de reposição para produtos restritos na China. Em contraste, em outras nações, uma GPU com defeito e dentro da garantia (normalmente de três anos) é geralmente substituída pela empresa. Um porta-voz da Nvidia afirmou que apenas a empresa e parceiros autorizados "podem fornecer o serviço e o suporte que os clientes precisam", e que o uso de produtos restritos sem suporte técnico é inviável, "tanto técnica quanto economicamente".


A demanda por reparos não deve diminuir tão cedo. Embora a Nvidia tenha sido autorizada a vender seu chipset H20, desenvolvido especificamente para a China para cumprir as restrições, a troca não é uma opção simples. O preço é um fator, com um servidor H20 custando mais de 1 milhão de yuans (cerca de US$ 139.400).


Além disso, o H20 foi projetado para tarefas de inferência de IA, enquanto empresas focadas no treinamento de grandes modelos de linguagem ainda preferem a performance superior dos H100.


Fontes da indústria relatam que muitos desses chips H100 e A100 na China operam ininterruptamente há anos, levando a um aumento nas taxas de falha. Um reparo pode custar entre 10.000 e 20.000 yuans (US$ 1.400 a US$ 2.800).


Enquanto isso, o contrabando continua, com a demanda agora se voltando para os chips de última geração B200, cujo servidor pode custar mais de 3 milhões de yuans no mercado paralelo chinês.


(US$ 1 = 7,1724 yuans chineses)


Via - Reuters

 
 
 

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