Especialista de TI do Exército dos EUA é preso por tentar vazar segredos para governo estrangeiro

Um civil de 28 anos, especialista em TI da Agência de Inteligência da Defesa dos Estados Unidos (DIA), foi preso na última quinta-feira (30) no norte da Virgínia, acusado de tentar repassar informações confidenciais a um agente de um governo estrangeiro.

Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, Nathan Vilas Laatsch trabalhava desde 2019 na Divisão de Ameaças Internas da DIA, órgão responsável por inteligência militar estrangeira e com estreita ligação com o alto comando do Pentágono. Em março, Laatsch teria contatado um governo considerado “amigável”, oferecendo acesso a documentos confidenciais e afirmando não concordar com os valores da administração Trump.

Entre os materiais que ele teria oferecido estavam produtos de inteligência finalizados, dados não processados e outros documentos sigilosos. Ele teria se comunicado com um agente disfarçado do FBI, transcrito informações sensíveis em um bloco de notas em sua mesa e, posteriormente, deixado um pen drive em um local combinado. No dispositivo, havia uma “amostra representativa” do conteúdo ao qual ele tinha acesso, conforme indicado em um bilhete entregue por ele.

Em comunicações subsequentes com o agente disfarçado, Laatsch pediu cidadania no país estrangeiro, alegando não esperar melhorias na situação interna dos EUA. Ele teria continuado a transcrever dados sigilosos durante um período de 12 dias em maio e programado uma nova entrega para o dia 29 do mesmo mês — ocasião em que foi detido pelo FBI.

A prisão ocorre em meio a crescentes alertas sobre tentativas de recrutamento de funcionários públicos, ativos ou exonerados, por governos estrangeiros. Em fevereiro, a CNN revelou que Rússia e China estavam intensificando esses esforços. Pouco depois, agências como o FBI e o Centro Nacional de Contrainteligência alertaram que serviços de espionagem estrangeiros — especialmente os chineses — estavam se passando por consultorias, think tanks e recrutadores para atrair ex-funcionários do governo dos EUA.

O presidente do Comitê Permanente de Inteligência da Câmara dos Deputados, Rick Crawford (Republicano do Arkansas), declarou estar preocupado com o número crescente de ameaças de contrainteligência que infiltram todos os níveis e esferas do governo. “A remoção desse traidor deve servir como alerta a quem busca sabotar a integridade das nossas instituições de inteligência”, afirmou.