Diretrizes de Segurança para APIs
- Cyber Security Brazil
- 4 de fev.
- 3 min de leitura

As APIs (Interfaces de Programação de Aplicações) são essenciais para a comunicação entre sistemas, facilitando a troca de dados e funcionalidades. No entanto, sua exposição na internet as torna alvos frequentes de ataques cibernéticos.
Garantir a segurança de uma API envolve a implementação de boas práticas para proteger autenticação, autorização, transmissão de dados, validação de entrada e saída, além de monitoramento contínuo. Falhas na segurança podem resultar em vazamento de informações sensíveis, exploração de vulnerabilidades e comprometimento de sistemas inteiros.
Este guia apresenta diretrizes essenciais para fortalecer a segurança das APIs, abordando desde autenticação robusta até testes de segurança contínuos, visando minimizar riscos e garantir a integridade dos dados e serviços.
1. Autenticação
Implemente mecanismos robustos de autenticação, como JWT (JSON Web Tokens), OAuth ou OpenID Connect.
Utilize técnicas seguras de armazenamento de senhas, como hashing com salt ou criptografia, para proteger as credenciais dos usuários.
Considere a implementação de autenticação multifator (MFA) para operações sensíveis ou acessos privilegiados.
Proteja contra ataques de força bruta, aplicando bloqueios de conta ou limitação de taxa de tentativas (rate limiting).
2. Autorização
Implemente controle de acesso baseado em funções (RBAC) ou autorização baseada em declarações (claims-based) para restringir o acesso a recursos da API de acordo com funções ou permissões dos usuários.
Valide as funções ou declarações dos usuários no lado do servidor antes de permitir o acesso a operações ou dados sensíveis.
Utilize autorização baseada em atributos (ABAC) para garantir um controle de acesso mais granular no nível de controlador ou ação.
3. Validação de Entrada
Valide e sanitize todos os dados recebidos dos clientes para prevenir ataques como XSS (Cross-Site Scripting), injeção de SQL (SQL Injection) e injeção de comandos.
Utilize técnicas de vinculação de parâmetros, como model binding ou validação de requisições, para validar automaticamente os dados de entrada.
Evite o uso de consultas SQL dinâmicas ou concatenação de strings. Prefira consultas parametrizadas ou um ORM (Object-Relational Mapping).
4. Transmissão Segura
Exija o uso de HTTPS (TLS/SSL) para criptografar a comunicação entre clientes e o servidor da API.
Desative protocolos e cifras TLS/SSL fracos (ex.: SSLv3, TLS 1.0/1.1) para mitigar vulnerabilidades conhecidas.
Implemente HSTS (HTTP Strict Transport Security) para forçar o uso de HTTPS em todas as requisições.
5. Validação de Dados de Entrada e Saída
Valide e sanitize todos os dados de entrada e saída, incluindo parâmetros de consulta, cabeçalhos e corpos de requisição/resposta.
Utilize bibliotecas de parsing seguras para XML/JSON, protegendo contra ataques como XXE (XML External Entity) e vulnerabilidades de desserialização.
Aplique codificação de saída (output encoding), como HTML encoding, para prevenir ataques XSS.
6. Tratamento de Erros
Evite exibir mensagens de erro detalhadas ou rastreamentos de pilha (stack traces) para clientes em ambientes de produção. Em vez disso, registre esses erros de forma segura no servidor e forneça respostas genéricas.
Implemente respostas de erro estruturadas com códigos de status HTTP apropriados para indicar o resultado das requisições.
Evite vazamento de informações sensíveis em respostas de erro, como strings de conexão de banco de dados ou caminhos internos do servidor.
7. Registro e Monitoramento
Implemente logs detalhados para capturar eventos de segurança, como falhas de autenticação, erros de autorização ou atividades suspeitas.
Monitore e analise os logs para detectar anomalias ou possíveis violações de segurança.
Utilize Sistemas de Detecção e Prevenção de Intrusões (IDS/IPS) ou ferramentas SIEM (Security Information and Event Management) para detecção e resposta a ameaças em tempo real.
8. Configuração Segura
Armazene configurações sensíveis (chaves de API, credenciais de banco de dados, chaves de criptografia) fora do código-fonte, utilizando variáveis de ambiente ou um repositório seguro de configurações.
Revise e atualize regularmente a configuração de segurança do servidor da API, incluindo endurecimento do servidor, regras de firewall e patches de segurança.
9. Controle de Taxa de Requisições (Rate Limiting)
Implemente mecanismos de rate limiting para prevenir abusos, ataques DDoS e consumo excessivo de recursos por um único cliente.
Defina limites de requisição com base no endereço IP do cliente, chaves de API ou contas de usuário, controlando o número de solicitações por intervalo de tempo.
10. Bibliotecas e Dependências de Terceiros
Mantenha todas as bibliotecas e dependências de terceiros atualizadas e corrigidas para mitigar vulnerabilidades conhecidas.
Monitore boletins de segurança e inscreva-se em notificações para se manter informado sobre atualizações e patches de segurança.
11. Testes de Segurança
Realize testes de segurança regularmente, incluindo varredura de vulnerabilidades, testes de penetração e revisão de código para identificar e corrigir falhas de segurança.
Incorpore testes de segurança no ciclo de desenvolvimento e antes da implantação em produção.
Utilize ferramentas automatizadas de teste de segurança, como análise estática de código (SAST) e testes dinâmicos de segurança de aplicativos (DAST), para identificar vulnerabilidades comuns.
Colabore com especialistas em segurança ou empresas especializadas para realizar avaliações abrangentes da postura de segurança da API.
Atualize periodicamente os casos de teste e cenários de segurança para levar em conta novas ameaças e vetores de ataque.
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