Viúva de Jamal Khashoggi acusa Arábia Saudita de usar spyware Pegasus para monitorá-la antes do assassinato do jornalista
- Cyber Security Brazil
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A viúva do jornalista saudita Jamal Khashoggi apresentou uma queixa formal à Justiça francesa acusando a Arábia Saudita de espioná-la por meio do spyware Pegasus, usado para monitorar seus dispositivos antes do assassinato do marido, em 2018. Hanan Elatr Khashoggi, ex-comissária de bordo, afirma que viajavam frequentemente pela França no período em que seus dados foram interceptados, segundo documento obtido pela agência AFP. Caberá agora a um juiz francês decidir se o caso avançará para investigação.
Khashoggi, que escrevia artigos críticos ao governo saudita no Washington Post, foi morto dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul. Em 2021, um relatório de inteligência dos Estados Unidos concluiu que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman ordenou a operação que levou ao assassinato acusação negada pelo líder saudita. No mês passado, o então presidente Donald Trump chegou a defender bin Salman durante uma visita ao Salão Oval.
De acordo com Pesquisadores do Citizen Lab, os dois celulares de Hanan Elatr foram infectados pelo Pegasus, spyware desenvolvido pela empresa israelense NSO Group. A viúva relata que a infecção ocorreu enquanto era interrogada nos Emirados Árabes Unidos, país aliado próximo da Arábia Saudita. Seus advogados afirmam que é “impensável” dissociar essa espionagem das ações que culminaram no homicídio de Khashoggi.
A NSO Group, alvo frequente de processos internacionais por facilitar operações de espionagem com o Pegasus, já enfrentou uma ação movida pela própria Hanan nos EUA rejeitada por falta de jurisdição. Em outubro, um juiz federal da Califórnia ordenou que a empresa interrompesse o uso da infraestrutura do WhatsApp para realizar ataques, decisão que a empresa afirma ameaçar sua continuidade. A ordem se baseia em uma ação movida pelo WhatsApp em 2019, que acusa a NSO de tentar invadir 1.400 usuários do aplicativo.
Via - RFN



