US$ 50 bilhões e o sinal de alerta: A venda da EA marca o fim do crescimento exponencial dos games?
- Orlando Santos Cyber Security Brazil
- 28 de set.
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A notícia de que a Electronic Arts (EA), gigante da indústria de videogames, estaria supostamente em negociações para fechar o capital e ser adquirida, levanta questões cruciais sobre a saúde e o futuro mundial do setor. O movimento, relatado por Jason Schreier da Bloomberg, é mais do que uma simples transação corporativa; ele sinaliza uma tendência de consolidação e reflete preocupações mais amplas entre os executivos da EA e seus concorrentes sobre a dinâmica atual do mercado.
O cenário que impulsiona essa possível venda é uma mudança no comportamento do consumidor. Após um período de crescimento acelerado ao longo da década de 2010 e um boom durante a pandemia, o mercado parece estar se estabilizando de forma peculiar. Schreier aponta que, nos últimos anos, os jogadores demonstram uma tendência a se ater aos "antigos favoritos" e plataformas consolidadas, em vez de investir em novos títulos.
Essa aversão ao risco por parte do consumidor se reflete diretamente nas finanças da EA para o ano fiscal de 2025: 75% da sua receita provém de "serviços ao vivo" – isto é, microtransações, passes de temporada e conteúdo adicional para jogos existentes – e não da venda inicial de novos jogos. Nicholas Lovell, analista e cofundador da Spilt Milk Studios, resumiu a situação ao afirmar que a indústria está "se afastando de uma era de novas ideias para pessoas se acomodando nos mesmos jogos, gastando dinheiro repetidamente."
Essa dependência crescente de receitas recorrentes e a estagnação na compra de novos lançamentos sugerem que o valor de mercado da EA pode ter atingido um pico. Lovell sugere que os líderes da empresa podem encarar o valor de aquisição reportado de US$ 50 bilhões como a "avaliação máxima" da companhia.
A lógica por trás disso é que, embora os lucros do setor de games possam continuar a crescer devido aos gastos contínuos com serviços ao vivo, as avaliações de mercado das empresas – baseadas na expectativa de crescimento exponencial, principalmente através de novos hits – podem estar fadadas a cair à medida que a inovação e a aquisição de novos títulos desaceleram.
A aquisição da EA, portanto, pode ser uma manobra defensiva de seus executivos, capitalizando no valor atual antes de um possível período de correção ou reavaliação internacional do setor.
Via - TC







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