Startup chinesa conclui com sucesso pouso vertical no mar de foguete reutilizável e avança corrida aeroespacial

A startup aeroespacial chinesa Space Epoch, sediada em Pequim, deu um passo importante na corrida por tecnologias de foguetes reutilizáveis ao concluir com sucesso seu primeiro teste de recuperação vertical no mar. O teste foi realizado na manhã de quinta-feira, ao largo da costa da província de Shandong, no leste da China, e envolveu o foguete experimental Yanxingzhe-1, um protótipo em aço inoxidável com 26,8 metros de altura, 4,2 metros de diâmetro e 57 toneladas na decolagem.

Durante o voo de 125 segundos, o foguete atingiu uma altitude de aproximadamente 2,5 quilômetros, antes de iniciar a descida controlada. Um vídeo divulgado pela empresa mostra o foguete reacendendo seu motor principal durante a queda, pairando sobre o mar e realizando um pouso suave em posição vertical sobre a água. A manobra, que imita a tecnologia já aplicada por empresas como a SpaceX, visa permitir a reutilização dos veículos, reduzindo custos e aumentando a frequência de lançamentos.

A equipe técnica da Space Epoch confirmou que todos os sistemas funcionaram normalmente durante a missão. O sucesso marca um importante marco não apenas para a empresa, mas também para a crescente indústria espacial chinesa, que vem acelerando o desenvolvimento de tecnologias reutilizáveis nos últimos anos. Desde 2023, empresas como i-Space, Expace Technology, e a Academia de Tecnologia de Voos Espaciais de Xangai têm realizado testes similares em solo e em plataformas terrestres, com altitudes variando entre decolagens breves e voos de até 10 quilômetros.

Essa nova geração de foguetes reutilizáveis, desenvolvida em parte por startups impulsionadas por investimentos estatais e privados, fortalece a posição da China na competição aeroespacial internacional. Enquanto empresas norte-americanas dominam os lançamentos comerciais com tecnologias de recuperação de estágios, as companhias chinesas agora demonstram capacidade técnica de executar pousos verticais complexos sobre o mar, um desafio logístico e tecnológico considerável. O avanço também se alinha aos planos do país de criar uma infraestrutura de transporte espacial sustentável e de ampliar sua presença em órbita nos próximos anos.

Via - CGTN