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Rússia restringe uso do WhatsApp e ameaça bloqueio total, alegando riscos de terrorismo, espionagem e crimes

  • Foto do escritor: Orlando Santos Cyber Security Brazil
    Orlando Santos Cyber Security Brazil
  • há 45 minutos
  • 2 min de leitura

A Rússia ampliou seu controle sobre a tecnologia ocidental ao restringir o acesso ao WhatsApp para milhões de usuários, afirmando que o aplicativo estaria sendo usado para facilitar terrorismo, espionagem e diversas atividades criminosas. A medida representa mais um passo na campanha do Kremlin para limitar a presença de plataformas estrangeiras no país e consolidar o uso de serviços digitais nacionais.


Usuários de Moscou e São Petersburgo relataram, no fim da semana passada, falhas no envio de mensagens, além de lentidão no carregamento de fotos e vídeos. Na segunda-feira, as interrupções persistiam para parte dos usuários, embora com menor intensidade. O órgão regulador Roskomnadzor confirmou que impôs “medidas restritivas” ao serviço, acusando o WhatsApp de repetidas violações às leis russas.


A agência afirmou que o mensageiro estaria sendo usado “para organizar e conduzir atividades terroristas, recrutar perpetradores, além de fraudes e outros crimes contra cidadãos russos”. O governo instou a população a migrar para alternativas domésticas e reforçou que o aplicativo poderá ser bloqueado nacionalmente caso não atenda às exigências legais.


Um dos gatilhos para a ação, segundo o parlamentar Anton Gorelkin, foi o suposto vazamento de conversas diplomáticas de alto nível envolvendo Yuri Ushakov assessor de Vladimir Putin, o empresário norte-americano e emissário de Donald Trump, Steve Witkoff, e o oficial de investimentos Kirill Dmitriev.


Ushakov admitiu ao jornal Kommersant que alguns diálogos ocorrem por canais governamentais criptografados, mas sugeriu que conversas com Witkoff e Dmitriev podem ter ocorrido via WhatsApp. “Há determinadas conversas que, pelo WhatsApp, alguém pode de alguma forma conseguir escutar”, afirmou.


Em seu canal no Telegram, Gorelkin alegou que o episódio demonstra que os donos do WhatsApp “não apenas fecham os olhos” para atividades ilegais, mas “participam ativamente” delas. Até o momento, nem o WhatsApp nem a Meta comentaram as acusações ou as restrições impostas.


A pressão sobre o aplicativo cresce desde agosto de 2025, quando o país proibiu chamadas de voz no WhatsApp e no Telegram, sob a justificativa de que eram amplamente utilizados por hackers e sabotadores. Na época, o WhatsApp declarou que o bloqueio buscava forçar a população a migrar para “serviços menos seguros que permitam vigilância estatal”.


As restrições se inserem em uma política mais ampla de controle sobre comunicações digitais. Em outubro, o órgão antitruste russo ordenou que dispositivos Apple vendidos no país viessem configurados com buscadores locais como Yandex ou Mail.ru. Este ano, o governo também bloqueou o Speedtest, ferramenta da americana Ookla, alegando risco à segurança nacional. Atualmente, serviços como Facebook, Instagram e Discord só são acessíveis via VPN, e recentes limitações a sites protegidos pela Cloudflare provocaram interrupções significativas no tráfego nacional.


Como alternativa doméstica, a Rússia vem promovendo o Max, um mensageiro estatal inspirado no modelo integrado do WeChat chinês e projetado para se tornar a principal plataforma de comunicação do país.


Via - RFN

 
 
 
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