Jaguar Land Rover sofre parada de produção após incidente cibernético

A Jaguar Land Rover (JLR), renomada fabricante britânica de carros de luxo, anunciou na terça-feira que suas operações foram “severamente interrompidas” por um incidente de cibersegurança que afetou seus sistemas de TI mundiais. O ataque, cuja natureza não foi divulgada, impactou tanto as instalações de produção quanto os pontos de venda da empresa.

De acordo com o jornal Liverpool Echo, funcionários da fábrica de Halewood, perto de Liverpool, receberam um e-mail na manhã de segunda-feira, sendo instruídos a não se apresentarem para o trabalho. A paralisação da produção é esperada para continuar até quarta-feira.

Em uma declaração publicada em seu site oficial, a JLR confirmou ter sido “impactada por um incidente cibernético” e que “tomou medidas imediatas para mitigar seu impacto, desligando proativamente nossos sistemas”. A empresa acrescentou que está “trabalhando rapidamente para reiniciar nossas aplicações mundiais de forma controlada”. Embora não haja, até o momento, evidências de roubo de dados de clientes, as atividades de varejo e produção foram severamente afetadas.

O ataque à JLR é o mais recente de uma série de incidentes cibernéticos que atingiram grandes empresas britânicas. Nomes conhecidos como as varejistas Marks & Spencer, Co-op e a loja de luxo londrina Harrods também relataram ataques no início deste ano. O cenário de ameaças vem sendo observado com preocupação pelas autoridades.

Richard Horne, chefe do Centro Nacional de Segurança Cibernética (NCSC) do Reino Unido, já havia alertado o país sobre a subestimação dos riscos de ciberataques e a falta de preparo para responder a eles. Em junho, um aparentemente exasperado NCSC pediu ao governo uma agenda política estratégica para enfrentar os crescentes riscos, após anos de atrasos na aprovação de novas leis de cibersegurança.

A JLR, que emprega mais de 39.000 pessoas internacionalmente, reportou uma receita de £28,99 bilhões no ano passado. Seus lucros antes dos impostos caíram 49% no segundo trimestre deste ano, em parte devido à interrupção das exportações para os Estados Unidos, causada por tarifas americanas. A empresa não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre o incidente.

Via - RFN