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Guerra dos chips: As tarifas de Trump colidem com a realidade da fabricação de semicondutores nos EUA

  • Foto do escritor: Orlando Santos Cyber Security Brazil
    Orlando Santos Cyber Security Brazil
  • 29 de set.
  • 3 min de leitura

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A ambição de eliminar a dependência dos Estados Unidos de fábricas estrangeiras de chips continua sendo uma prioridade estratégica crucial, mas a abordagem "tudo ou nada" do governo Trump para a questão ameaça criar mais problemas do que soluções. Enquanto o governo Biden tentou incentivar o investimento na produção nacional de chips com subsídios federais e isenções fiscais, a filosofia do governo atual é percebida como uma tática de imposição, buscando concessões sem considerar plenamente as complexas realidades do setor mundial de semicondutores.


Em uma analogia à diplomacia do "Big Stick" de Roosevelt, Trump parece ter dispensado a sutileza, preferindo brandir seu "bastão" de forma direta para compelir empresas americanas a se curvarem à sua vontade.


O impacto dessa abordagem já é palpável. No mês passado, os EUA reivindicaram uma participação de 10% na Intel através de um acordo de capital de US$ 8,9 bilhões, utilizando fundos da Lei CHIPS e do programa Secure Enclave. Embora esses fundos já tivessem sido concedidos, apenas uma fração havia sido desembolsada antes da posse de Trump.


Além disso, a ameaça de tarifas massivas sobre chips levou a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC), a maior fabricante de chips do mundo, a aumentar seus investimentos na indústria dos EUA em US$ 165 bilhões em março.


No entanto, essas tarifas ainda não foram implementadas. O Departamento de Comércio está agora avaliando a exigência de que empresas de tecnologia americanas fabriquem um chip nos EUA para cada chip importado, sob a ameaça de tarifas que, segundo Trump, poderiam chegar a 100%.


A meta de uma proporção de 1:1 entre a produção doméstica e as importações de chips é ambiciosa e, para muitos especialistas, um desafio que se choca com a realidade da fabricação de semicondutores. Estima-se que 90% dos chips de ponta são fabricados pela TSMC, predominantemente em Taiwan, cuja soberania é um ponto de tensão internacional. Autoridades americanas alertam há anos sobre a vulnerabilidade da dependência mundial em relação a Taiwan. No entanto, a expansão da TSMC nos EUA, embora significativa, não trará mudanças imediatas.


A construção de uma fábrica de wafers de ponta leva anos; a primeira fundição da TSMC no Arizona, anunciada em 2020, só agora começa a escalar a produção. A previsão é que cerca de 30% da capacidade de fabricação de 2 nm e menores da TSMC seja centralizada nos EUA, mas isso levará tempo.


A Intel poderia assumir parte dessa responsabilidade, com suas novas fábricas no Arizona já produzindo chips baseados no nó de processo de 2 nm (Intel 18A). É plausível que a Casa Branca incentive clientes de fundição a migrarem para a Intel, dada a recente participação dos EUA na empresa. No entanto, migrar um chip para um novo nó de processo exige anos e centenas de milhões de dólares. Empresas que já avaliam as tecnologias 18A ou 14A da Intel podem ter alguma vantagem, mas ainda há incertezas.


A Intel precisa ter capacidade suficiente para novos clientes e suas fábricas devem atingir rendimentos elevados para que a mudança não seja mais cara do que pagar as tarifas. Enquanto Intel, Apple, Nvidia e AMD já anunciaram planos para fabricar chips na fábrica Fab 21 da TSMC no Arizona, a maioria das outras empresas que não firmaram compromissos de larga escala com a fabricação doméstica enfrentarão dificuldades para evitar as "semitarifas" durante o restante do mandato de Trump.


Via - TR

 
 
 

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