EmTech Brasil 2025: IA, Energia e Cibersegurança — reflexões para executivos que querem liderar a próxima década
- Orlando Santos Cyber Security Brazil
- 1 de out.
- 3 min de leitura

Ontem participei do EmTech Brasil 2025, organizado pela MIT Technology Review Brasil — um encontro que reuniu executivos e líderes de tecnologia para discutir tendências que já impactam decisões estratégicas em conselhos e salas de diretoria.
IA além do hype — eficiência comprovada
A Inteligência Artificial dominou grande parte da agenda, como esperado. Mas o debate foi além do trivial. Líderes dos mercados de telecomunicações e experiência do cliente compartilharam como estão usando IA para autonomia estratégica dos negócios e ganhos reais de eficiência. Sandro Simas, Auana Mattar e Amanda Andreone, com moderação de Rafael Coimbra, trouxeram perspectivas sobre tecnologia, meios de comunicação e inteligência artificial como pilares de estratégia empresarial.

Um estudo da MIT Technology Review apresentou dados impressionantes: empresas que investem em inovação — especialmente em processos internos acelerados por IA — alcançam resultados financeiros superiores. Não é mais achismo; é dado comprovado. Ainda assim, o desafio de curar os casos de uso certos permanece: é preciso identificar aplicações que gerem valor real e mitigarem riscos de adoção precipitada. Começar pelo problema a ser resolvido, e não por "precisamos implementar IA também".

Marketing para humanos e para máquinas
Nicole Baer, CMO da Carta (empresa de tecnologia voltada para Private Equity), compartilhou casos práticos de IA em marketing que aumentam a assertividade estratégica e otimizam orçamentos sempre limitados.
Um dado que chamou atenção:
Empresas com IA no core da estratégia e produto chegam a ter valuation até 2x maior que empresas tradicionais do mesmo segmento.

Nicole reforçou um ponto crítico para quem lidera transformação digital: mantenha o humano no loop nas etapas iniciais de projetos com LLMs. No estágio atual, ainda com risco de alucinações e impactos de negócio, a supervisão humana é barreira de segurança e aprendizado.
Outro insight valioso: não produzimos mais conteúdo apenas para humanos. Agentes de IA também consomem, processam e replicam conteúdos. Estratégias de marketing precisam considerar como humanos e IAs interagem com informações para guiar decisões e tarefas.
Energia e Data Centers — o Brasil na disputa global
Outro painel relevante, conduzido por Carlos Aros com Hudson Mendonça e Alessandro Lombardi, trouxe uma reflexão estratégica sobre data centers, IA e fontes de energia para a economia digital.

Sabemos que IA exige enorme poder de processamento — e, portanto, muita energia. Mas um ponto surpreendente foi a análise sobre onde e como o Brasil pode se posicionar no crescimento global do setor.
O país tem vantagem competitiva em energia limpa, algo raro no mundo. Porém, o anel de transmissão de São Paulo está saturado, limitando expansão local. Já o Nordeste brasileiro desponta como grande polo para novos data centers, com potencial de atrair investimentos internacionais para suportar a próxima onda de crescimento impulsionada por IA.
Cibersegurança e IA — a corrida que não para
O tema cibersegurança não poderia ficar de fora. Michael Siegel, Diretor de Cybersecurity do MIT Sloan School of Management, apresentou dados que impressionam: 80% dos ataques de ransomware já utilizam IA em sua execução.
Em conversa com Nelson Novaes Neto, discutiram os principais tipos de ataque e como criar modelos de resiliência. Michael provocou a audiência com duas frentes que definem o futuro da segurança digital:
AI for Cybersecurity – uso de IA para prever, mitigar e responder a ataques.
Cybersecurity for AI – proteger modelos de IA contra manipulações, alucinações direcionadas e vazamentos de dados sensíveis.

A pergunta que pairou no ar: será possível se manter à frente dos atacantes usando IA? Por enquanto, a resposta continua sendo um grande desafio — e talvez nunca seja definitiva.
Reflexão final
O EmTech Brasil 2025 deixou claro que IA não é mais um experimento: é base estratégica para competitividade. Porém, mostrou também que energia e segurança serão gargalos — e oportunidades — para quem quer liderar a próxima década.
Empresas que conseguirem integrar IA de forma inteligente, garantir infraestrutura escalável e segurança robusta estarão melhor posicionadas para crescer e se diferenciar em um cenário cada vez mais digital e competitivo.
Via - Matheus Borges







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