CEO da AWS diz que usar IA para substituir funcionários juniors é 'A coisa mais idiota que já ouvi'
- Orlando Santos Cyber Security Brazil
- 23 de ago.
- 2 min de leitura

Em um cenário de rápida adoção de tecnologias de inteligência artificial, o CEO da Amazon Web Services (AWS), Matt Garman, se posicionou de forma contundente contra a ideia de demitir funcionários iniciantes para substituí-los por IA.
Garman, em uma conversa com o investidor em IA Matthew Berman, qualificou essa noção como "a coisa mais estúpida que eu já ouvi", argumentando que, a longo prazo, essa estratégia seria um erro catastrófico para qualquer empresa.
O executivo destacou que os funcionários juniores não apenas são os mais acessíveis financeiramente, mas também são os que mais se envolvem e estão dispostos a aprender com as novas ferramentas de IA.
Ele levantou uma questão crucial sobre o futuro: "Como isso vai funcionar quando, daqui a dez anos, você não tiver ninguém que tenha aprendido nada?" Sua visão é clara: as empresas devem continuar investindo em talentos recém-formados e ensiná-los a desenvolver software, a decompor problemas e a pensar de forma crítica. Nesse contexto, Garman acredita que as ferramentas de IA, como o Kiro AI da AWS, devem ser vistas como aliadas na educação e no desenvolvimento desses profissionais, e não como substitutas.
O valor real da IA: além das linhas de código
Matt Garman também expressou ceticismo em relação a outra métrica comum na avaliação da IA: a porcentagem de código que a ferramenta é capaz de gerar. Para ele, essa é uma "métrica boba", já que a IA pode gerar infinitamente mais linhas de código, mas isso não significa necessariamente que o código seja de boa qualidade.
Ele ressaltou que, muitas vezes, "menos linhas de código é muito melhor do que mais linhas de código". A sua crítica se baseia no fato de que a produtividade não pode ser medida apenas pela quantidade, mas pela eficiência e pela qualidade da solução.
Garman revelou, no entanto, que mais de 80% dos desenvolvedores da AWS já utilizam alguma forma de IA em seu trabalho diário. Ele explicou que o uso é variado, desde a escrita de testes de unidade e documentação até a colaboração em fluxos de trabalho que integram agentes de IA. O CEO observou que a adoção dessas ferramentas continua a crescer semana a semana na empresa.
Preparando-se para o futuro: as habilidades essenciais na era da IA
Para finalizar, Garman ofereceu conselhos valiosos para os profissionais da nova era, enfatizando que as habilidades a serem priorizadas não são as técnicas, mas sim as cognitivas. "Acho que as habilidades que devem ser enfatizadas são: como você pensa por si mesmo? Como você desenvolve o raciocínio crítico para resolver problemas? Como você desenvolve a criatividade? Como você desenvolve uma mentalidade de aprendizado para que você aprenda a fazer a próxima coisa?"
Ele argumenta que o ritmo do desenvolvimento tecnológico é tão acelerado que já não é viável basear uma carreira de 30 anos em um conjunto de habilidades específicas. A chave para o sucesso, segundo o executivo, é focar no aprendizado contínuo e na capacidade de pensar e decompor problemas. Garman concluiu que os profissionais que adquirirem essas competências estarão mais preparados para prosperar em um mercado de trabalho em constante transformação.
Via - TR







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