Asahi, gigante japonesa de bebidas, confirma que ataque de ransomware pode ter exposto dados de 1,5 milhão de pessoas
- Cyber Security Brazil
- 30 de nov.
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A fabricante japonesa Asahi, uma das maiores empresas de bebidas do mundo e líder no mercado de cerveja do Japão, confirmou nesta quinta-feira que um ataque de ransomware sofrido no final de setembro pode ter exposto dados pessoais de aproximadamente 1,5 milhão de clientes. A companhia também informou que milhares de funcionários, familiares e contatos externos tiveram seus dados comprometidos.
Segundo a empresa, as informações acessadas pelos hackers incluem nomes, gênero, endereços e números de telefone, mas não envolvem dados financeiros como informações de cartão de crédito. Até o momento, a Asahi afirma não ter encontrado evidências de que esses dados tenham sido publicados na internet, e reforça que o incidente se restringiu a sistemas gerenciados no Japão.
O ataque provocou uma onda de consequências operacionais: interrompeu linhas de produção, atrasou lançamentos de produtos e afetou o processamento de pedidos e a distribuição em todo o país. Essas interrupções resultaram em escassez temporária de cervejas e refrigerantes, incluindo o popular Asahi Super Dry, responsável por grande parte dos 40% de participação de mercado da empresa.
A investigação interna revelou que os invasores conseguiram penetrar na rede do data center da empresa por meio de um equipamento localizado em uma de suas instalações domésticas. A partir daí, implantaram ransomware que criptografou diversos servidores ativos, computadores pessoais e até notebooks corporativos emprestados a colaboradores.
A Asahi afirma ter dedicado cerca de dois meses ao controle do incidente e ao processo de recuperação. As remessas estão sendo gradualmente normalizadas e a empresa espera restabelecer suas operações logísticas até fevereiro, embora alguns produtos possam continuar enfrentando atrasos. O impacto também levou ao adiamento de 50 dias na divulgação dos resultados financeiros anuais devido à paralisação dos sistemas contábeis.
O presidente da empresa, Atsushi Katsugi, declarou que a prioridade é restabelecer totalmente os sistemas e fortalecer as defesas internas: “Faremos o máximo para restaurar tudo o mais rápido possível”. A empresa confirmou ainda que não pagou resgate aos hackers.
Embora a Asahi não tenha nomeado os responsáveis, o grupo hacker Qilin, de língua russa e ativo desde 2022, reivindicou o ataque em outubro. O coletivo opera no modelo ransomware-as-a-service e já atacou hospitais, órgãos públicos e empresas privadas.
O caso ocorre em meio a uma onda de ataques digitais no Japão. Em meses recentes, companhias como Askul, Kintetsu World Express, NTT Docomo e o conglomerado Kadokawa foram alvo de incidentes semelhantes, muitos atribuídos a grupos hackers especializados em extorsão e vazamento de dados.
Via - RFN







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