Polícia espanhola prende hacker acusado de ataques à OTAN e ao Exército dos EUA

Um hacker que assumiu a responsabilidade por dezenas de ataques cibernéticos a instituições governamentais na Espanha e nos Estados Unidos foi preso pela Polícia Nacional da Espanha.

As autoridades espanholas anunciaram a prisão na última quarta-feira, acusando o hacker, cuja identidade não foi divulgada, de invadir sistemas do Exército dos EUA, das Nações Unidas, da Organização Internacional de Aviação Civil, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e de diversas entidades governamentais espanholas.

Segundo a polícia espanhola, a operação foi realizada em conjunto com a Guarda Civil na última terça-feira, resultando na prisão do suspeito na cidade de Calpe. Ele enfrenta acusações como violação de segredos, acesso ilegal a sistemas, danos a computadores e lavagem de dinheiro.

"As investigações revelaram que ele assumia a autoria dos ataques em fóruns da dark web sob diferentes pseudônimos para evitar ser identificado e vinculado aos crimes", informou a polícia. "Durante a busca em sua residência, foram apreendidos equipamentos eletrônicos, que estão sendo analisados por especialistas. O detido possuía mais de 50 contas de criptomoedas com diversos ativos digitais."

O hacker preso teria sido responsável por ataques contra diversas instituições espanholas de alto nível, incluindo o Ministério da Defesa, a Guarda Civil, o Ministério da Educação, várias universidades e empresas privadas no país.

As autoridades iniciaram a investigação em fevereiro de 2024, após uma série de ataques cibernéticos em que ele teria acessado e divulgado dados pessoais de funcionários e clientes em fóruns hackers. Uma associação empresarial de Madri denunciou o caso, permitindo que a polícia rastreasse três pseudônimos usados pelo suspeito.

A vigilância continuou ao longo de 2024, culminando nos ataques contra o Ministério da Defesa e a Guarda Civil em dezembro.

A Polícia Nacional da Espanha explicou que a identificação do hacker foi dificultada pelo uso de aplicativos de mensagens anônimos. No entanto, a operação contou com a colaboração de outras forças de segurança espanholas, como o Centro Criptológico Nacional do Centro Nacional de Inteligência, além de agentes da EUROPOL e do Departamento de Investigações de Segurança Interna dos EUA.

O ataque à Organização Internacional de Aviação Civil foi confirmado há um mês, após um usuário chamado “Natohub” divulgar informações da entidade na plataforma BreachForums. Essa mesma conta, criada cerca de sete meses atrás, também alegou ter acessado dados pessoais de 14 mil delegados da ONU.

Jornais espanhóis relataram que o hacker tem apenas 18 anos e foi liberado após comparecer ao tribunal, com a apreensão de seu passaporte.

Nos últimos meses, a polícia espanhola tem intensificado suas ações contra o cibercrime, trabalhando em conjunto com agências de segurança da Europa e dos EUA para desmantelar operações criminosas no país.

Via - TRM