Pesquisadores revelam 46 vulnerabilidades críticas em inversores solares da Sungrow, Growatt e SMA
- Cyber Security Brazil
- 28 de mar.
- 2 min de leitura

Pesquisadores de segurança cibernética identificaram 46 vulnerabilidades críticas em produtos de três fabricantes de inversores solares Sungrow, Growatt e SMA que podem ser exploradas por hackers para assumir o controle dos dispositivos ou executar códigos remotamente, representando riscos sérios para redes elétricas.
Essas falhas, batizadas coletivamente de SUN:DOWN pelo Vedere Labs da Forescout, permitem a execução de comandos arbitrários, invasão de contas, controle de dispositivos de usuários e até acesso à infraestrutura das fabricantes. Algumas vulnerabilidades se destacam:
Hackers podem fazer upload de arquivos .aspx que serão executados no servidor web da SMA, permitindo execução remota de código.
APIs expostas na Growatt permitem descobrir nomes de usuários, acessar plantas de energia de terceiros, obter números de série e tomar controle de dispositivos e contas.
Também é possível acessar e configurar carregadores de veículos elétricos, coletar dados sensíveis de consumo de energia e informações de firmware, podendo levar a danos físicos.
No caso da Sungrow, o app Android utiliza uma chave AES insegura e ignora erros de certificado, permitindo interceptação e descriptografia dos dados.
Além disso, a interface web WiNet da Sungrow contém uma senha embutida que pode ser usada para descriptografar atualizações de firmware.
Várias falhas também afetam o protocolo MQTT usado pela Sungrow, podendo resultar em execução remota de código ou ataques de negação de serviço (DoS).
A Forescout alerta que, se um hacker assumir o controle de uma grande quantidade de inversores dessas marcas, poderá gerar instabilidade na rede elétrica ou até mesmo apagões. Em um cenário hipotético envolvendo a Growatt, o invasor poderia adivinhar nomes reais de usuários via API, redefinir as senhas para o padrão “123456” e usar os dispositivos sequestrados como uma botnet para amplificar os ataques.
Todos os fabricantes já corrigiram as falhas após o processo de divulgação responsável. Ainda assim, a Forescout ressalta que essas vulnerabilidades abrem caminho para ataques ciberfísicos e de ransomware, alterando, por exemplo, o volume de energia enviado para a rede. Para mitigar os riscos, é essencial adotar medidas como critérios de segurança rígidos na aquisição de equipamentos solares, realizar avaliações periódicas e garantir visibilidade total da rede.
A divulgação acontece no mesmo período em que foram encontradas falhas graves em câmeras industriais da japonesa Inaba Denki Sangyo, que podem ser exploradas para espionagem remota ou para impedir o registro de falhas nas linhas de produção. Esses dispositivos ainda não receberam correções, e o fabricante recomendou restringir o acesso à internet e instalar os equipamentos em áreas seguras, acessíveis apenas a pessoal autorizado.
Nos últimos meses, outras vulnerabilidades também foram relatadas em dispositivos industriais, como o relay de rede GE Vernova N60, o gateway industrial Zettler 130.8005 e o PLC Wago 750-8216/025-001 todos com potencial de serem explorados por hackers para assumir controle total dos sistemas.
Via - THN
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