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Investigação aponta uso de spyware por polícia provincial do Canadá

  • Foto do escritor: Cyber Security Brazil
    Cyber Security Brazil
  • 19 de mar.
  • 2 min de leitura

Há indícios de que a polícia provincial canadense está utilizando spyware comercial avançado, segundo um relatório divulgado na quarta-feira pelo Citizen Lab.


O relatório da organização de pesquisa da Universidade de Toronto aponta que o endereço de protocolo de internet (IP) de um cliente de spyware identificado pelo Citizen Lab coincide com o do quartel-general da Polícia Provincial de Ontário (OPP).


A fornecedora, Paragon Solutions, desenvolve o poderoso spyware comercial chamado Graphite. Em janeiro, a Meta revelou que o Graphite foi utilizado para atacar e, em alguns casos, infectar dispositivos de mais de 90 usuários da plataforma de mensagens WhatsApp, de sua propriedade.


O Citizen Lab afirmou ter analisado diversos dispositivos de vítimas desses ataques e compartilhou sua pesquisa sobre o Graphite com a Meta para ajudar a empresa na investigação das atividades da Paragon em sua plataforma.


Registros judiciais obtidos pelo Citizen Lab mostraram que a OPP já utilizou ferramentas de vigilância para infectar dispositivos móveis no passado.


O uso de spyware comercial pela polícia gera preocupações entre defensores da privacidade devido a abusos documentados por forças de segurança em diversas partes do mundo. No entanto, o Citizen Lab não especificou se a polícia de Ontário está utilizando o spyware de maneira inadequada. Normalmente, fornecedores desse tipo de tecnologia afirmam que vendem seus produtos apenas para fins legais.


O porta-voz da OPP declarou que a agência precisa obter autorização judicial para interceptar comunicações privadas, um procedimento adotado apenas para investigações criminais sérias. "A OPP utiliza ferramentas e técnicas investigativas em total conformidade com as leis do Canadá", afirmou em comunicado. "Estamos comprometidos em manter a confiança e o respeito do público."


Ron Deibert, fundador e diretor executivo do Citizen Lab, expressou preocupação com o fato de que cada vez mais órgãos estaduais e locais, como a OPP, possam adotar spyware.


"O problema da maioria dos países democráticos, incluindo o Canadá, é que há muitas forças policiais locais e entidades abaixo das agências nacionais de inteligência que podem se tornar clientes desse tipo de tecnologia, sem um controle adequado", afirmou Deibert.


A Paragon pertence à empresa de private equity AE Industrial Partners, com sede na Flórida, que adquiriu a companhia em dezembro. A empresa não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário.


Ao mapear a infraestrutura de servidores da Paragon, o Citizen Lab identificou possíveis implantações do Graphite na Austrália, Canadá, Chipre, Dinamarca, Israel, Singapura e outros países.


A Paragon foi fundada por ex-integrantes da inteligência israelense e mantém um perfil discreto, sem sequer possuir um site oficial. Entre seus executivos nos Estados Unidos, estão um veterano da CIA, um ex-diretor de programas da Marinha que também trabalhou no Twitter e um ex-alto funcionário da empresa de defesa L3Harris.


Em setembro do ano passado, o U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE) assinou um contrato de US$ 2 milhões com a Paragon, segundo a Wired. No entanto, após a divulgação do contrato, o ICE anunciou que suspendeu o acordo.


Deibert afirmou, na entrevista ao RFN, que "todos devem estar preparados para o pior" quando questionado se o contrato do ICE e as recentes ações do governo Trump poderiam indicar o uso de spyware pelos Estados Unidos.


Via - TR

 
 
 

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