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Google e AWS criticam preços da Microsoft e dificuldade de migração para Linux

  • Foto do escritor: Cyber Security Brazil
    Cyber Security Brazil
  • 22 de abr.
  • 4 min de leitura

Ao migrar para a nuvem, empresas com investimentos significativos em infraestrutura Microsoft simplesmente não podem se dar ao luxo de reescrever tudo para Linux.


Consequentemente, acabam migrando para o Azure para evitar os preços elevados que a Redmond cobra para executar seu software de servidor nas nuvens de concorrentes.


Essa é a alegação de Amazon e Google em suas mais recentes contribuições para a investigação da Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido (CMA) sobre a saúde do mercado de nuvem britânico. O resultado, afirmam, é que os clientes enfrentam uma escolha difícil: migrar para o Azure ou pagar muitas vezes mais para executar seus aplicativos baseados em Windows e SQL Server nas plataformas de nuvem da AWS ou do Google.


A questão central decorre de mudanças nas práticas de licenciamento de nuvem da Microsoft implementadas há alguns anos. Anteriormente, os clientes podiam usar licenças de software regulares para hospedar software de servidor Microsoft em hardware terceirizado. No entanto, em 2019, a Microsoft começou a exigir novas licenças separadas para hospedar versões virtualizadas desses servidores nas nuvens da Amazon, Google e Alibaba – três empresas que a Microsoft classificou como "provedores listados".


Como resultado, os clientes precisam pagar até quatro vezes mais para executar VMs do Windows Server no Google Cloud Platform ou na AWS, tornando o GCP “menos competitivo que no Azure”, informou o Google à CMA.


Então, por que não simplesmente portar tudo para Linux e ignorar a Microsoft? Porque, como apontou o Google, clientes empresariais tradicionais não começam do zero ao migrar para a nuvem, e muitos já são “altamente dependentes do Microsoft Windows”.


“O Google afirmou que, para empresas que construíram dependência do Windows Server e/ou SQL Server, levaria anos e anos para modernizar para Linux após a migração, pois essencialmente precisariam reescrever todos os aplicativos baseados em Microsoft que acumularam ao longo dos anos, o que é muito desafiador para a maioria das empresas.”


Exemplos de clientes passando por esse processo, conforme descrito pelo Google sem mencionar nomes, “levaram vários anos, tiveram custos significativos para esses clientes e não seriam possíveis para a maioria devido à falta de recursos internos de engenharia de software”.


“Dadas as práticas de licenciamento da Microsoft, o Google considerou que não é competitivo para cargas de trabalho IaaS para empresas tradicionais com uma presença significativa de Windows”, acrescenta o relatório.


A questão de preços significa que clientes que investiram fortemente no Windows Server on-premise têm “negada uma escolha competitiva eficaz ou alternativas inovadoras” ao migrar para a nuvem, de acordo com a submissão do Google à CMA.


O Google informou à CMA que 70 a 80% da receita do Azure provém de clientes que utilizam Windows Server e SQL Server, demonstrando que são uma “parte crítica do mercado de nuvem”.


A AWS, que estimou que 50% dos clientes escolheriam migrar cargas de trabalho para nuvens que não o Microsoft Azure se a disparidade de preços de licenciamento fosse reduzida, concordou que a mudança para Linux não é uma opção para muitos clientes.


Um relatório separado da CMA, que reuniu os pontos de discussão da AWS, afirma:


“A AWS afirmou que é possível para certas cargas de trabalho refazer a arquitetura e o trabalho para o Linux, mas isso é relativamente raro, pois é caro para o cliente e leva muitos anos.


"Por exemplo, existem aplicativos que só rodam no Microsoft Windows Server, e os clientes que os utilizam não podem transferir suas cargas de trabalho para o Linux. A AWS afirmou que, em muitos cenários, simplesmente não é economicamente viável para um cliente abandonar o software de produtividade da Microsoft.”


Tanto o Google quanto a AWS querem que a CMA derrube o que consideram ser o obstáculo de preços da Microsoft, e a CMA já declarou em sua decisão preliminar sobre a saúde do mercado de nuvem do Reino Unido que a Microsoft pode muito bem ter prejudicado a concorrência.


Naturalmente, a Microsoft acredita que não há nada de errado em usar sua vasta base instalada para manter os clientes em sua órbita quando eles migram para a nuvem, e afirma estar caminhando em uma corda bamba precisa com seus preços de nuvem. Em seus comentários ao regulador, o relatório da CMA relata:


“A Microsoft afirmou que é muito cuidadosa com os preços de seu SPLA – embora não queira cobrar muito pouco pelo uso de seu software, se seu software fosse muito caro, criaria incentivos para que grandes provedores removessem seus clientes do software da Microsoft e os transferissem para uma plataforma de software alternativa.”


O relatório final da CMA está previsto para 4 de julho, quando provavelmente proporá soluções altamente contestadas.


Outras questões em pauta incluem taxas de saída de dados e barreiras técnicas à movimentação de serviços de nuvem. A CMA – que se beneficia de descontos por gastos comprometidos – afirmou não ver problemas nesta parte do mercado. Rivais menores da nuvem discordam, alegando que isso favorece a concorrência em favor dos hiperescaladores.


Via - TR

 
 
 

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