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Dados de localização de altos funcionários da União Europeia são vendidos por empresas privadas

  • Foto do escritor: Orlando Santos Cyber Security Brazil
    Orlando Santos Cyber Security Brazil
  • há 9 horas
  • 2 min de leitura

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Uma investigação conduzida por jornalistas europeus revelou que é “fácil” espionar altos funcionários da União Europeia por meio da compra de históricos de localização de celulares, comercializados abertamente por corretores de dados. A descoberta expõe graves falhas na aplicação das rígidas leis de proteção de dados da Europa, consideradas entre as mais fortes do mundo.


De acordo com o portal Netzpolitik, autoridades da UE expressaram “preocupação” com o comércio de informações de localização de cidadãos e servidores públicos, emitindo novas diretrizes internas para mitigar o rastreamento. Os repórteres conseguiram acesso a um vasto conjunto de dados oferecido como amostra gratuita por um corretor, contendo 278 milhões de pontos de localização de celulares de milhões de pessoas na Bélgica — incluindo movimentações detalhadas de funcionários da Comissão Europeia, sediada em Bruxelas.


Grande parte dessas informações é coletada por aplicativos comuns instalados em smartphones, que vendem os dados a intermediários. Esses corretores, por sua vez, revendem as informações a governos e forças militares. A investigação identificou centenas de dispositivos pertencentes a pessoas ligadas a áreas sensíveis da UE, com 2 mil registros de localização de 264 aparelhos de funcionários e cerca de 5,8 mil registros de mais de 750 dispositivos no Parlamento Europeu.


Mesmo com o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) em vigor, órgãos fiscalizadores europeus têm sido lentos em agir contra o mercado de dados pessoais, que já movimenta bilhões de dólares mundialmente.


Em 2023, a corretora de dados Gravy Analytics sofreu uma violação que expôs as localizações de dezenas de milhões de pessoas, revelando seus deslocamentos, locais de residência e trabalho. Pesquisadores que analisaram o vazamento alertaram que essas informações permitem rastrear indivíduos com extrema precisão.


Para reduzir o risco de rastreamento, especialistas recomendam que usuários de Apple anonimem seus identificadores de dispositivo e que donos de Android os redefinam regularmente — embora essas medidas não sejam suficientes para frear um setor que cresce à margem da fiscalização e da ética digital.

 
 
 

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