Apollo mira investimentos em defesa e IA na Europa, apontando necessidade de US$ 18 Trilhões
- Cyber Security Brazil
- 18 de ago.
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A gigante de investimentos Apollo Global Management Inc. está se posicionando para capitalizar sobre o que descreve como uma necessidade massiva de investimentos na Europa. A empresa mira alocar capital em setores estratégicos como inteligência artificial (IA), defesa e infraestrutura, áreas onde o continente precisaria de trilhões de dólares para se modernizar e competir em escala internacional.
A visão foi detalhada por Tristram Leach, co-diretor de crédito europeu da Apollo, em uma entrevista à Bloomberg TV. Segundo o executivo, a empresa sediada em Nova York estima que o continente europeu necessita de um aporte de US$ 18 trilhões para alcançar o nível desejado nesses setores. Esse cenário, segundo ele, abre um espaço significativo para que fundos do mercado privado desempenhem um papel crucial ao lado dos mercados públicos e dos bancos tradicionais.
“Há uma quantidade enorme de gastos que precisam acontecer na Europa”, afirmou Leach, ressaltando que a Apollo está pronta para se inclinar sobre as necessidades de investimento do continente.
O Renascimento da Indústria de Defesa
A estratégia da Apollo surge em um momento de profunda transformação geopolítica. A Europa tem mobilizado financiamento e busca reduzir a burocracia para reativar sua fragmentada indústria de defesa. O movimento é impulsionado pelo acordo dos membros da OTAN para aumentar drasticamente seus gastos militares. A Alemanha, por exemplo, está a caminho de dobrar seu orçamento anual de defesa e planeja criar um fundo de infraestrutura de €500 bilhões (aproximadamente US$ 584 bilhões).
Essa tendência não passou despercebida por outros grandes nomes do mercado. Fundos de primeira linha como Carlyle Group Inc. e Ares Management Corp., bem como gestoras de investimento especializadas como a Pemberton Asset Management, também estão identificando um número crescente de oportunidades em empresas ligadas ao setor de defesa.
A Corrida pela Infraestrutura Digital e IA
No entanto, Leach foi rápido em apontar que o subinvestimento europeu vai além da defesa. “É infraestrutura, infraestrutura digital, é IA”, destacou, apontando para a crescente demanda por tecnologia e modernização.
No epicentro dessa corrida tecnológica estão os data centers, que oferecem oportunidades de crédito atraentes para credores como a Apollo, assim como as indústrias adjacentes que os sustentam.
“As necessidades de energia da IA são massivas, e isso impulsiona uma enorme necessidade de investimento em energia, em redes elétricas e em segurança energética”, explicou Leach. Ele, contudo, expressou mais cautela no lado do investimento em ações (equity), afirmando ser mais difícil avaliar se todos os aportes em empresas de IA terão o retorno esperado no longo prazo.
A Apollo possui um poder de fogo considerável para executar essa estratégia. Seu braço de crédito administrava US$ 690 bilhões em ativos nos mercados público e privado até 30 de junho, de acordo com o site da empresa.
Via - Bloomberg
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